Sam Bankman-Fried, mais conhecido como SBF, é um dos nomes que mais geraram manchetes nos últimos anos no universo das criptomoedas. Criado em uma família de intelectuais no Vale do Silício, com pais professores de Direito em Stanford, SBF cresceu rodeado de estímulo intelectual. Ainda jovem, demonstrava um talento fora do comum para matemática, o que o levou a se formar em Física pelo prestigiado MIT.
Seu primeiro contato com o mundo financeiro ocorreu na Jane Street Capital, empresa especializada em trading de alta frequência, onde refinou suas habilidades analíticas. Foi nesse ambiente competitivo que SBF começou a vislumbrar as possibilidades revolucionárias das criptomoedas, muito antes de elas ganharem a atenção global.

Quem é Sam Bankman Fried?
Sam Bankman-Fried cresceu no Vale do Silício, filho de professores de Direito de Stanford. Desde cedo, sua habilidade com números impressionava. Ele estudou Física no MIT, uma das melhores universidades do mundo, e logo entrou no mercado financeiro. Na Jane Street Capital, Sam Bankman-Fried dominou o trading de alta frequência, onde decisões rápidas geram fortunas.
Mas havia algo mais forte, algo que pulsava fora do mundo tradicional das finanças. Em 2017, Sam Bankman-Fried voltou seus olhos para um território ainda inexplorado: o universo das criptomoedas. Um mercado nascente, repleto de riscos — mas também de oportunidades gigantescas. Ele não buscava apenas participar da revolução digital; queria ser um dos protagonistas.
Enquanto explorava o mercado cripto, Sam Bankman-Fried notou uma oportunidade: o Bitcoin custava mais na Coreia do Sul e no Japão do que nos EUA, um fenômeno chamado “prêmio kimchi”. Para lucrar com essa diferença, ele criou a Alameda Research e formou uma rede global, incluindo até um estudante japonês para facilitar transferências. Assim, Sam Bankman Fried ganhou milhões, mostrando seu talento para identificar brechas no mercado que as outras pessoas não enxergavam.
A criação da FTX e a ascensão vertiginosa

Em 2019, Sam Bankman-Fried fundou a FTX, uma corretora voltada para traders experientes. Diferente de outras plataformas, muitas vezes vistas com desconfiança, a FTX oferecia taxas baixas, ferramentas avançadas e uma interface confiável.
A FTX cresceu rápido porque Sam Bankman-Fried, como um grande gênio do trade sabia o que os outros traders queriam de uma exchange: segurança e inovação. Logo, a corretora se tornou uma das maiores do mundo.
Por volta de 2021, a FTX já era um fenômeno. A plataforma movimentava US$ 1 trilhão em transações por semestre, com lucros de US$ 1 bilhão, tudo isso com apenas 22 funcionários. Durante uma reunião com a Sequoia Capital, Sam Bankman-Fried, jogando League of Legends (LOL), compartilhou um plano ousado: transformar a FTX em um aplicativo financeiro completo, unindo criptomoedas e serviços bancários.
Investidores adoraram a ideia. A FTX foi avaliada em US$ 18 bilhões, depois US$ 25 bilhões, até chegar a US$ 32 bilhões. Sam Bankman-Fried parecia estar construindo o futuro das finanças. O que chamou a atenção não apenas de banqueiros e grandes investidores como de políticos influentes também.
A imagem do bilionário disruptivo

Enquanto a FTX crescia, SBF cultivava cuidadosamente sua imagem pública. Com visual despojado – shorts, cabelo desgrenhado e hábito de jogar videogame durante reuniões importantes – ele se apresentava como um rebelde do mundo financeiro.
Além disso, abraçou publicamente o “altruísmo eficaz“, prometendo doar 99% de sua fortuna. Esta combinação de sucesso financeiro e aparente desprendimento material conquistou admiradores em Wall Street e Silicon Valley.
A estratégia de marketing da FTX incluía parcerias com celebridades como Tom Brady e Gisele Bündchen, enquanto SBF circulava entre figuras políticas influentes como Bill Clinton e Tony Blair. Paralelamente, tornou-se o segundo maior doador individual do Partido Democrata em 2020, ficando atrás apenas de Michael Bloomberg.
Além disso, a FTX fechou parcerias esportivas de peso. Em 2021, no auge de sua ascensão, a corretora assinou um acordo histórico com a Major League Baseball (MLB), tornando-se a primeira exchange cripto a patrocinar uma grande liga esportiva. O logotipo da FTX aparecia nos uniformes dos árbitros, começando no All-Star Game, e a marca ganhou destaque em jogos televisionados, no site da MLB e em redes sociais. Esse movimento reforçou a imagem inovadora de Sam Bankman-Fried, conectando cripto ao público mainstream.
Os problemas na FTX e o colapso devastador

Embora oficialmente separadas, FTX e Alameda Research mantinham relações nebulosas. As empresas compartilhavam recursos e operavam de forma interdependente, com o token FTT servindo como espinha dorsal desse sistema complexo.
Gradualmente, práticas questionáveis começaram a emergir. A FTX frequentemente promovia criptomoedas como Oxygen, que apresentavam valorização artificial após endossos de SBF antes de despencarem – um clássico esquema de manipulação de mercado.
Apesar dessas bandeiras vermelhas, a aura de gênio visionário que cercava SBF ofuscava as preocupações de investidores e reguladores.
O castelo de cartas desabou em novembro de 2022, quando uma reportagem do CoinDesk revelou que a Alameda Research mantinha grande parte de seus ativos em tokens FTT – essencialmente, uma moeda criada e controlada pela própria FTX.
A revelação desencadeou pânico entre os investidores. Em apenas três dias, clientes sacaram US$ 6 bilhões da plataforma. Inicialmente, a Binance expressou interesse na aquisição da FTX, mas recuou após descobrir um buraco financeiro de aproximadamente US$ 8 bilhões.
SBF renunciou ao cargo de CEO, e a FTX declarou falência. Investigações posteriores descobriram que cerca de US$ 10 bilhões em fundos de clientes haviam sido desviados para cobrir perdas da Alameda Research. O valor do token FTT, antes pilar do império, despencou 90%.
Julgamento e condenação
Preso nas Bahamas em dezembro de 2022, Sam Bankman-Fried foi extraditado aos EUA. Em outubro de 2023, foi condenado por sete acusações, incluindo fraude e lavagem de dinheiro. Quantos anos de prisão para Sam Bankman-Fried? Em março de 2024, recebeu 25 anos de prisão e uma multa de US$ 11 bilhões, marcando um dos maiores julgamentos financeiros recentes. O impacto foi devastador tanto para grandes investidores quanto para pequenos entusiastas de cripto que perderam suas economias.
Impactos e lições no mercado e na regulação
A implosão da FTX gerou um efeito dominó no setor. Corretoras como Coinbase e Binance passaram a enfrentar supervisão regulatória intensificada. Nos EUA, a SEC reforçou sua vigilância, enquanto a União Europeia acelerou a implementação da legislação MiCA (Markets in Crypto-Assets).
Uma consequência positiva foi a adoção mais ampla de “provas de reserva“, mecanismo que exige que corretoras demonstrem transparentemente possuir capital suficiente para cobrir os depósitos dos clientes.
O caso SBF nos ensina valiosas lições sobre os perigos da centralização excessiva de poder. Por trás da fachada de “bilionário do bem” escondia-se uma gestão opaca e centralizada – ironicamente, o oposto dos princípios descentralizadores que fundamentam as criptomoedas.
Outros aprendizados importantes incluem:
- A necessidade de separação clara entre custódia de ativos e trading proprietário
- A importância de auditorias independentes e transparentes
- O perigo de confiar exclusivamente em figuras carismáticas
- O valor do lema “não confie, verifique” no ecossistema cripto
O futuro pós-FTX
Embora o escândalo tenha abalado profundamente a confiança no setor, também provocou mudanças positivas. Hoje, investidores exigem mais transparência, e projetos cripto legítimos priorizam governança robusta e práticas éticas.
O caso SBF não marca o fim das criptomoedas, mas sim o início de uma fase mais madura. O mercado está evoluindo para um ambiente onde inovação tecnológica caminha lado a lado com responsabilidade e integridade.
A história de Sam Bankman-Fried permanecerá como um poderoso lembrete: no mundo das finanças, seja tradicional ou descentralizada, não existem atalhos que substituam a transparência, a ética e a conformidade regulatória.