Recentemente, Brad Garlinghouse, CEO da Ripple, participou do programa First Move da CNN com a jornalista Julia Chatterley. A entrevista foi reveladora e tratou de temas como XRP, Bitcoin, parcerias bancárias e até o projeto Libra, do Facebook. A conversa jogou luz sobre o papel da Ripple no cenário atual das criptomoedas e como a empresa está construindo pontes entre o sistema financeiro tradicional e o universo cripto.
Neste artigo, vamos analisar os principais pontos abordados na entrevista, com comentários e reflexões sobre o que isso pode significar para o futuro da Ripple, do XRP e das transações bancárias internacionais. Assista à entrevista completa no site da CNN.

XRP: Uma criptomoeda com caso de uso real
Brad Garlinghouse começou explicando o que é o XRP, classificando-o como um ativo digital, similar ao Bitcoin, mas com características distintas. Embora ambos pertençam à mesma classe de ativos digitais, ele deixa claro que a semelhança termina aí.
A principal função do XRP, segundo ele, é facilitar transações rápidas e com baixa taxa de custo, especialmente no setor bancário. Hoje, a Ripple já conta com mais de 200 bancos utilizando suas soluções — embora apenas entre 10 a 15 deles estejam efetivamente usando o XRP como meio de liquidação de liquidez. Veja a lista de parceiros da Ripple.
O funcionamento é simples, mas revolucionário. Tradicionalmente, para um banco transferir dinheiro internacionalmente, é necessário manter contas pré-financiadas em outras instituições — um processo ineficiente e caro.
Com o XRP, o fluxo muda:
- O banco A converte dólares em XRP;
- O XRP é transferido instantaneamente;
- O banco B converte XRP para a moeda local (como reais ou dólar).
Tudo isso em questão de segundos. Enquanto o Bitcoin leva cerca de 10 minutos para concluir uma transação, o XRP leva em média apenas 3 a 5 segundos. Esse nível de agilidade é essencial para atender às expectativas do consumidor moderno, que não tolera mais longas esperas em tempos de instantaneidade digital.
O caso da MoneyGram e bancos interessados, e cautelosos
Um exemplo prático citado por Garlinghouse é a parceria com a MoneyGram, uma das maiores empresas de transferência de dinheiro do mundo. A MoneyGram usa o XRP em suas operações, mas os clientes nem percebem: para eles, tudo o que importa é que a transação é mais barata e mais rápida. Confira detalhes da parceria Ripple-MoneyGram.
Esse é o tipo de inovação que gera valor real para as empresas e os consumidores — um dos grandes diferenciais do ecossistema Ripple em comparação com outras criptomoedas que ainda buscam casos de uso prático.
Apesar do crescente interesse de instituições financeiras, a adoção do XRP como meio de liquidação ainda é limitada. Garlinghouse admitiu que a maioria dos bancos parceiros da Ripple ainda usa apenas o software da empresa, sem utilizar o token. Entenda mais sobre o RippleNet.
Isso mostra que, embora a tecnologia Ripple esteja ganhando espaço, o uso do XRP como ativo de liquidação ainda está em fase inicial. É natural que grandes instituições financeiras sejam cautelosas — afinal, estamos falando de um novo paradigma no sistema financeiro global.
No entanto, à medida que a regulamentação se torna mais clara e os benefícios se tornam mais evidentes, a tendência é que a adoção cresça.
XRP é para investimento ou uso?
Um ponto importante abordado na entrevista foi o uso do XRP como ativo especulativo. Julia perguntou se a mensagem da Ripple era incentivar o investimento especulativo em XRP. A resposta de Garlinghouse foi clara:
“As pessoas vão especular com qualquer classe de ativo — ouro, moedas fiduciárias, ações… O que importa é a utilidade de longo prazo.”
Segundo ele, o valor do XRP não deve ser medido apenas pela especulação do mercado, mas principalmente por sua capacidade de resolver problemas reais, como a liquidação de transações internacionais.
Embora Garlinghouse tenha comparado o XRP ao Bitcoin no início da entrevista, ele faz questão de enfatizar as diferenças fundamentais entre os dois. O Bitcoin é visto como uma reserva de valor — o “ouro digital”, enquanto o XRP busca ser um facilitador de transações financeiras globais.
Brad ainda mencionou que ele mesmo possui Bitcoin em carteira, o que demonstra que não vê a moeda como concorrente direta do XRP, mas sim como parte de um ecossistema mais amplo de ativos digitais, cada um com sua função específica.
O futuro: De Libra à Consolidação do XRP
A entrevista também tocou no tema do Libra, projeto de moeda digital do Facebook. Embora o projeto ainda não tenha saído do papel, ele serviu para aumentar o debate sobre o papel das criptomoedas no futuro da economia. Leia sobre o fim do projeto Libra/Diem na Reuters.
Garlinghouse alertou para o risco do “hype” exagerado em torno de projetos que ainda não existem de fato. Ele defende que os investidores e usuários devem olhar para o que já está funcionando na prática, e não apenas para promessas em white papers.
Nesse sentido, o XRP se destaca como uma das poucas criptomoedas com um uso real e funcional, especialmente entre empresas que precisam transferir valores de forma rápida e eficiente.
Considerações finais: Uma nova era nas transações financeiras
A entrevista de Brad Garlinghouse revelou pontos-chave sobre o papel da Ripple e do XRP no futuro das finanças globais:
- Velocidade e eficiência: Transações em segundos, com redução significativa de custos;
- Parcerias reais: Mais de 200 instituições bancárias envolvidas com a Ripple;
- Casos de uso práticos: Empresas como a MoneyGram já utilizam XRP para liquidação de pagamentos;
- Desafios de adoção: A maioria dos bancos ainda usa apenas o software da Ripple, não o token;
- Foco na utilidade: O valor do XRP está diretamente ligado ao problema que ele resolve, não apenas à especulação.
FAQ – Perguntas Frequentes
O que é o XRP?
O XRP é uma criptomoeda criada pela Ripple para facilitar transferências internacionais rápidas e com baixo custo entre instituições financeiras.
Qual a diferença entre Ripple e XRP?
Ripple é a empresa que desenvolve tecnologias para o sistema financeiro. XRP é o token digital usado em algumas dessas soluções.
Quais bancos usam o XRP atualmente?
Apenas entre 10 a 15 bancos parceiros da Ripple utilizam o XRP diretamente. No entanto, mais de 200 instituições já usam o software da empresa.
XRP pode substituir o SWIFT?
É possível. A proposta do XRP é justamente eliminar a necessidade de pré-financiamento e permitir liquidações instantâneas, algo que o SWIFT não oferece.
É seguro investir em XRP?
Como qualquer criptomoeda, o XRP apresenta riscos e volatilidade. A recomendação é estudar o projeto, entender seus fundamentos e investir com cautela.
Em resumo, a entrevista de Brad Garlinghouse mostra que o XRP está deixando de ser apenas uma promessa para se tornar uma ferramenta real, com potencial de transformar o setor financeiro global. Fica claro que ainda há um longo caminho pela frente, mas os passos dados até aqui colocam a Ripple em posição de destaque no universo cripto.